Até o final da década de 1960 era raro as famílias rurais terem energia elétrica em casa. A empresa estatal de distribuição do Rio Grande do Sul não demonstrava interesse em levar energia aos moradores do campo por causa do alto custo para construir as redes elétricas.
Nesta época, com incentivo de autoridades municipais e lideranças da região, cerca de 300 agricultores decidiram se unir para mudar o rumo de suas vidas e transformar toda a região.
Então na quarta-feira, 23 de julho de 1969, este grupo de trabalhadores rurais se reuniu com o propósito de constituir uma sociedade cooperativa para levar energia elétrica até as suas propriedades. Foi então, que surgiu a CRERAL - Cooperativa Regional de Eletrificação Rural do Alto Uruguai, tendo sua sede em Erechim.
A partir de 1970 as famílias rurais começaram a usufruir dos benefícios da energia elétrica em suas propriedades. As primeiras redes foram construídas nas Linhas: Nossa Senhora do Carmo, em Sananduva; Rio Negro, em Erechim; Linha Nova, em Campinas do Sul; e Rio Quinto, em Viadutos. Até a metade da década de 1980 a Creral se expandiu por dezenas de municípios e chegou a milhares de famílias rurais.
Em 1992 a cooperativa enfrentou uma grande crise, com graves problemas financeiros e de infraestrutura no atendimento aos seus associados, além de ter a tarifa de energia com valor 50% maior que a tarifa da distribuidora estatal. Naquele ano, os associados liderados pelos sindicatos de trabalhadores rurais, iniciaram uma mobilização para mudar os rumos da cooperativa. Uma nova direção formada por agricultores que pouco entendia de gestão e muito menos do negócio energia assumiu a Creral. Assim um novo modelo de administrar foi implantado, com ampla participação do associado nas decisões. A Creral foi recuperada e tornou-se referência de gestão e participação social.
Em 1997 os associados decidiram que a Creral deveria gerar energia. Dessa maneira foi construída a Usina Abaúna, em funcionamento desde 2000 no município de Floriano Peixoto. Logo depois, em 2003, foi a PCH Cascata das Andorinhas, em Nonoai. Também em Nonoai, em 2013 foi construída a PCH Rio dos Índios. No ano de 2016, a PCH Santa Carolina, no município de André da Rocha. Em 2018, no município de São Sepé, construiu a sua primeira usina de biomassa, a Termelétrica São Sepé que gera energia utilizando a casca de arroz. Em janeiro de 2021 colocou em operação a PCH Forquilha IV Luciano Barancelli, construida entre Machadinho e Maximiliano de Almeida, com potência instalada de 13 MW.
Os projetos de geração de energia deram a Creral um reconhecimento mundial em 2008, ao ser a primeira entidade brasileira a receber o Prêmio Ashden Internacional, de energia limpa e sustentável em Londres, Inglaterra.
Em 2009 devido a regulamentação das cooperativas de eletrificação que estava por acontecer, as atividades foram desmembradas, surgiu então a Creral Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento que ficou com as usinas e outros empreendimentos que viessem a se somar no futuro. Já as redes elétricas ficaram com a Creral Cooperativa Regional de Eletrificação Rural do Alto Uruguai que a partir de 2010 se tornou uma permissionária de serviço público com contrato assinado com ANEEL por um período de 30 anos podendo ser prorrogado.
Em 2014 a Creral ampliou as suas áreas de negócios passando a atuar no setor de comunicação, com a criação da Creral Telecom, uma empresa especializada no serviço de internet e telefonia por meio de fibra óptica. Mais uma vez a Creral foi pioneira em levar tecnologia para o meio rural. A fibra óptica já é realidade para cerca de 2000 famílias nos meios rural e urbano.